Mensagens

A mostrar mensagens de outubro, 2017

Esquecer a tabuada, relembrar a descoberta

«Ao outro, a Borges, é que acontecem as coisas. Eu caminho por Buenos Aires e demoro-me, talvez já mecanicamente, na contemplação do arco de um saguão e da cancela; de Borges tenho notícias pelo correio e vejo o seu nome num trio de professores ou num dicionário biográfico. Agradam-me os relógios de areia, os mapas, a tipografia do século XVIII, as etimologias, o sabor do café e a prosa de Stevenson; o outro comunga dessas preferências, mas de um modo vaidoso que as converte em atributos de um actor. Seria exagerado afirmar que a nossa relação é hostil; eu vivo, eu deixo-me viver, para que Borges possa urdir a sua literatura, e essa literatura justifica-me. Não me custa confessar que conseguiu certas páginas válidas, mas essa páginas não me podem salvar, talvez porque o bom já não seja de alguém, nem sequer do outro, mas da linguagem ou da tradição. Quanto ao mais, estou destinado a perder-me definitivamente, e só algum instante de mim poderá sobreviver no outro. Pouco a pouco vou-lhe

Ontem, Teatro Vertical na Flâneur

Imagem
Ao Arnaldo e à Cátia, a gratidão pelo convite e pelo acolhimento; ao Pedro Eiras, uma palavra de apreço pela leitura a fundo, a montante, a jusante, de todos os lados — e pela generosidade da partilha também; aos presentes, o agradecimento por estarem e se disporem a ouvir e a participar, fazendo do livro o que dele se espera — um organismo vivo.     

Terminado um livro

Terminado um livro, não é o alívio que fica. É um chão de melaço onde os pés não avançam, tão presos que estão ainda ao que não foi sujeito ao último escrutínio da libertação. Até lá, a resistência a esta coisa que parece a angústia num aquário. 

Teatro Vertical na Flâneur - com Pedro Eiras

Imagem
No próximo Sábado, às 17h, estarei na Livraria Flâneur à conversa com Pedro Eiras, numa apresentação informal de Teatro Vertical. Apareçam.

Ontem, o Teatro Vertical na Cossoul (Festival do Silêncio)

Imagem
A todos os presentes, muito obrigado. Ao Alexandre Andrade, a gratidão dos reptos múltiplos, do desafio, dos olhos que lêem com a precisão do microscópio e a amplitude do astro.